Confronto. part2
A
onda de calor aumentou excessivamente de seu corpo, um calor que fez Agtus se
afastar automaticamente por instinto, deu um passo para trás recuando a espada,
percebendo a sua lâmina ensanguentada.
A chuva caia na lamina fazendo o sangue
escorrer, limpando-a suavemente.
–Mas que energia horrenda é esta afirmou
Agtus. –Você pensa que pode me
assustar, e que eu o temerei deixando-o ir embora.
Ele colocou a espada junto a
seu corpo segurando-a com as duas mãos e disse:
–Ser’fal Lamine Paralium. E a
lamina da espada se pois a brilhar em um tom azulado. A espada que tinha um
cabo trançado por duas serpentes prateadas se bifurcavam cada uma em uma
horizontal ao chegar perto da lamina.
Os olhos da serpentes eram pedras de rubis,
forjadas nas montanhas gêmeas de Infherteria, as montanhas solitárias. Sua
lamina se ondulava ate chegar à ponta.
Agtus levantou-a para cima em posição de
ataque. –Nunca deixarei você sair vivo, você está dominado e cego pelo poder,
um poder que não te pertence, que não tem o direito de usá-lo. Estes seus
sentimentos humanos negativos não combinam com tal força e está claro que irá
destruir e fazer muito mal aos próximos se você perder o controle, mais ainda do que
já perdeu.
A
chuva ficava cada vez mais forte, os relâmpagos iluminavam-nos em intervalos
cada vez mais curtos. A visão de ambos já estava bastante comprometida pela
intensidade das lágrimas de tristeza que o céu despejava sobre eles.
Baal
levantou suas duas mãos cortadas pela lamina, por causa da pressão que colocará
em seus punhos para segura-la. Deixaram
as suas palmas bem abertas, permitido que a chuva as lavasse, sussurrou palavras
não permitindo que Agtus escutassem-nas. De repente a chuva cessou, as nuvens
cinzentas começaram a se afastar revelando a noite que já tinha chegado.
Era
noite de lua cheia e seus raios luminosos começaram a iluminar a escuridão. –Não
quero que nada seja motivo para atrapalhar nossa luta caro Atmaglus.
–Não estou preocupado, tenho confiança
em minhas habilidades. Após dizer as palavras de um jeito confiante Agtus deu
dois passos rápidos lançando a suas espada em direção ao corpo de Baal com
muita habilidade fazendo dois movimentos transversais no ar, só que a onda de calor
atingia agora uma distância maior vindo do corpo do traidor, afetara os olhos
de Agtus fazendo-o piscar pela certa ardência causada pelo calor, isso o pegara
bastante desprevenido. Em um piscar de olhos Baal não se encontrava mais em sua
frente.
–Estas são suas habilidades, – sussurrou uma voz vinda perto da sua
nuca. Agtus arregalou os olhos ficando paralisado ao perceber que as mãos de
Baal estavam posicionadas abertas em suas costelas.
Agtus pensou em agir rapidamente, porém
Baal já pronunciava com segurança palavras de magia: –Magmum corpis ardim. E o
corpo de Agtus começou a queimar como pedra sendo derretida por larvas
vulcânicas que destroem tudo o que atravessa seu caminho.
Ele gritava
horrendamente como nunca se imaginava. Baal em seguida aproveitando a
paralisação de seu oponente recitou mais umas palavras: –Magmum explorim. Em seguida
um clarão começou a surgir de suas mãos causando uma explosão enérgica, lançando
o corpo queimado de Agtus ao uns sete metros de distância até bater em uma
árvore.
A
noite ao redor Azath se acalmou com um silêncio cortante. Baal caminhou até o
corpo queimando e ficou o encarando-o com uma serenidade em sua face. Agtus
gemia extremamente de dor, seu olhar estava tremulo e expressivo mostrando um
inferno ardente dentro de si.
Agora fazia força esticando as mãos em direção a
Baal como se estivesse pedindo ajuda ou pedindo clemência. Mas Agtus era um
excelente veneficus guerreiro, nunca pediria clemência ou algo do tipo.
–Eu
não gostaria que chegasse a este ponto meu caro amigo arcano. –Pensou Baal.
Ele continuou observando o olhar de sofrimento de Agtus enquanto o mesmo se
retorcia de dor, uma dor que não cessava e o consumia lentamente. Sua roupa
encontrava-se a farrapos em seu corpo, partes dela saiam fumaças como uma brasa
que estivesse perto de se apagar.
Normalmente os veneficus do Luctus gostavam
de usar roupas todas pretas, com uma capa longa e bem escura. A camisa tinha
botões de madeira envernizados, a calça, camisa e capa eram feitas de fios
resistentes de uma aranha especifica e mortal, aracnilutus, encontrada na
floresta de Obscuria.
Gostavam deste material por ser aparentemente delicado,
mas ele era na verdade muito resistente as lâminas mais afiadas. Em seus pulsos
usavam braceletes feitos de escamas de dragões negros, um material bem
resistente que tinha um brilho hipnotizante perolado, com detalhes de encaixes
arredondados ao seu redor, detalhes que serviam para colocar pedras arcanas.
Agtus tentava falar com dificuldades,
mas Baal mal podia ouvir o que ele tentará dizer. – O selo não deixara você
chegar aonde quer, mesmo você cortando a pele aonde ele esta; o selo permanecera
no mesmo lugar. –murmurava Agtus. –Eu vou impedir você, não deixarei você
continuar, e ver você se transformando em um demônio, –ele persistia em falar.
Agtus abaixou o braço que tinha permanecido esticado, virou a cabeça para o seu lado
esquerdo e avistou a Ser’fal caída a uns sete palmos de distancia de seu corpo.
Esticou seu braço na tentativa de apanhá-la, fazendo um breve esforço ate seus
dedos tocarem no cabo da espada.
Baal olhando aquela cena deplorável e
lamentável pela persistência do arcano, levantou seu pé direito, abaixou sua
sola com toda força em cima da mão esquerda do Agtus que gritou: –Maldito seja
você.
Baal passou as mãos em seu rosto em
direção ao cabelo tirando-o de sua face e colocando para traz, esticou sua mão
sobre a face de Agtus, agora sim ele estaria cometendo o ultimo ato para ser
considerado realmente um traidor do veneficus, fechou os olhos e ouviu pela
ultima vez a voz quase sem força do seu Atmaglus dizendo: –Se não for eu a te
impedir o Luctus fará isso seu tolo. Baal deu deixou escapar um leve sorriso e
pronunciou: –Absorvum soprus corpis. O corpo de Agtus tremia todo enquanto Baal
com sua mão sobre ele absorvia energia do arcano que deu seu ultimo suspiro ao
dizer: –Vooocê seeempre veneeficuss. Agora ele se encontrava imóvel
estabelecendo um sono profundo.
Ao ouvir suas ultimas palavras Baal
virou de costa, abaixou-se pegando a Ser’fal, levantou-se e disse: – Não sou
mais um veneficus; deu uma pausa em sua fala e disse em seguida: –Woker , levantando
a espada de um modo que a luz da lua a refletia, –Iv’ar en Woker!
Continua.......
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